Entenda como a malformação uterina materna pode prejudicar o desenvolvimento de uma gravidez saudável.
Mulheres com o sonho de engravidar podem passar por alguns desafios até conseguirem alcançar a maternidade. As pacientes que sofrem diversos abortos espontâneos ou falhas recorrentes na implantação do embrião podem se deparar com uma afirmação frequente nos consultórios: a anatomia do útero afeta a fertilidade.
Isso porque o útero é o responsável por manter a gestação durante todo o período gestacional, sendo a casa do feto enquanto ele se desenvolve após a fecundação na tuba uterina. Por isso, quando há uma malformação uterina, a obtenção ou manutenção da gravidez podem ficar prejudicadas.
É comum que esse diagnóstico seja frequentemente associado a uma dificuldade para engravidar ou ao abortamento de repetição. Para entender como a anatomia do útero pode afetar a fertilidade, continue a leitura.
Índice
O que são malformações uterinas?
As malformações uterinas, também chamadas de malformações Mullerianas, correspondem a um espectro de alterações promovidas por uma fusão embriológica defeituosa ou falhas na recanalização dos ductos de Muller durante o processo de embriogênese (formação embrionária). Vale lembrar que o processo de desenvolvimento embriológico dos ductos de Muller ocorre até a 12° semana de gravidez.
É possível identificar a presença da malformação uterina por meio de diversos exames, tais como:
- Exames de imagem, como a ultrassonografia pélvica transvaginal;
- Ressonância nuclear magnética da pelve;
- Tomografia computadorizada da pelve;
- Histeroscopia.
Tipos de alterações na anatomia do útero
Em linhas gerais, para entender se a anatomia do útero afeta a fertilidade, antes é preciso compreender as quatro principais alterações uterinas:
Útero didelfo
Esse também é conhecido como útero duplo, já que é formado por duas cavidades uterinas e dois colos uterinos.
É comum que esse tipo de útero didelfo esteja relacionado a maiores chances de parto prematuro ou aborto espontâneo, já que o feto encontra menos espaço dentro do útero da mãe para seu desenvolvimento.
Útero bicorno
Acontece quando o útero se divide em duas porções, lembrando o formato de um desenho de coração.
A gestação que acontece nesse tipo de útero pode vir acompanhada de maiores chances de abortos de repetição, já que o útero não consegue aumentar de tamanho com facilidade e o bebê encontra dificuldade para se desenvolver.
Útero unicorno
Uma das formas mais raras de malformação uterina acontece quando o útero tem apenas metade do tamanho usual. Essa característica da anatomia do útero afeta a fertilidade porque a mulher com esse tipo de útero tem apenas ligação com uma tuba uterina, mas dois ovários, o que dificulta a gravidez.
Útero septado
Essa é a malformação uterina mais encontrada em mulheres. Sua anatomia consiste em uma cavidade uterina separada por uma parede fibrosa, denominada de septo uterino. A malformação está associada a um maior risco de abortamento, parto prematuro e alterações obstétricas, como restrição de crescimento uterino, má apresentação, descolamento de placenta e mortalidade perinatal.
O surgimento do septo uterino ocorre por uma falha na reabsorção do tecido conectivo dos ductos de Muller antes da 20ª semana de desenvolvimento fetal. O septo uterino é composto primariamente por fibras musculares e menos tecido conectivo (fibrose).
Como a anatomia do útero pode influenciar a fertilidade?
É um consenso entre os profissionais médicos que a anatomia do útero afeta a fertilidade. Isso acontece porque todas as malformações uterinas podem comprometer a fertilidade da mulher ou o desenvolvimento do feto no útero.
No caso do útero unicorno, as chances de infertilidade estão relacionadas à redução do volume uterino e à ausência de conexão com uma tuba uterina, responsável pelo processo de fecundação.
Já os outros tipos de malformação uterina estão relacionados a altos índices de abortos espontâneos ou partos prematuros.
Reprodução Humana para lidar com malformações uterinas
Quando acontece qualquer um dos quatro tipos de malformações uterinas, a evolução da gestação pode ficar comprometida, mas hoje existem técnicas avançadas de Reprodução Humana que podem fazer com que o fato de que a anatomia do útero afeta a fertilidade não seja um problema.
Entre os principais tratamentos disponíveis, podemos citar:
- Fertilização in vitro: quando a fecundação acontece em laboratório;
- Intervenção cirúrgica: possível para a correção de casos específicos de malformações, como no caso do útero septado, por exemplo.
Para entender como a anatomia do útero afeta a fertilidade e conhecer as possibilidades de tratamento, converse com um especialista da sua confiança.
Entre em contato com os especialistas da clínica BedMed e saiba mais sobre esse e outros assuntos.
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