As alterações seminais são distúrbios relacionados aos espermatozoides e ao sêmen que podem causar infertilidade masculina
Cerca de 40% das causas de infertilidade conjugal são provenientes da infertilidade masculina. Habitualmente, a infertilidade masculina ocorre devido às alterações nas características do sêmen.
Existem parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde sobre os padrões considerados normais do sêmen. Quando valores relacionados à quantidade de gametas ou mesmo à qualidade deles não estão dentro do padrão, o paciente se encaixa em alguma das alterações seminais que podem dificultar a fecundação.
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Índice
O que são alterações seminais?
As alterações seminais são distúrbios diagnosticados pelo espermograma, que indicam que as características do sêmen não correspondem aos parâmetros esperados, apresentando valores abaixo do necessário para a fecundação.
Os valores considerados normais pela OMS são:
- Volume de sêmen: maior ou igual a 1,5 ml;
- Concentração de espermatozoides: ≥ 15 milhões de espermatozoides por ml de sêmen;
- Motilidade: ≥ 32% dos espermatozoides apresentam movimento progressivo (A+B);
- Morfologia: ≥ 4% dos gametas possuem formato adequado, com cabeça oval, peça intermediária e cauda.
Tipos de alterações seminais
Existem diferentes alterações seminais, dependendo do problema e da origem, podendo ser na produção dos gametas masculinos, no armazenamento, no líquido seminal ou mesmo na passagem dos espermatozoides. Os tipos são:
Aspermia
A aspermia é caracterizada pela ausência do sêmen na ejaculação devido à ejaculação retrógrada, que é a condição em que o fluido seminal muda a trajetória para a bexiga em vez de sair pela uretra. Outras causas são a obstrução no ducto ejaculatório e o uso de alguns tipos de medicamentos.
Astenozoospermia
A astenozoospermia está relacionada aos problemas de motilidade dos espermatozoides, que dificulta que se movam até o óvulo para fecundá-lo. Alguns dos fatores associados a esse problema são a idade superior a 50 anos, a alimentação com baixa ingestão de vitaminas e antioxidantes e a temperatura corporal fora dos padrões.
Azoospermia
Outro distúrbio entre os tipos de alterações seminais é a azoospermia, que significa a ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado. Ela pode ser obstrutiva, quando os gametas são produzidos nos testículos e impedidos de encontrar o sêmen (por fatores obstrutivos), ou não obstrutiva, nos casos em que eles não são produzidos. Entre as causas de azoospermia obstrutiva estão infecções, inflamações e vasectomia. Entre as causas de azoospermia não obstrutiva estão alterações genéticas ou uso de medicamentos anabolizantes.
Criptozoospermia
A criptozoospermia costuma ser diagnosticada após a suspeita de azoospermia. Nesses casos, uma amostra tida como sem espermatozoides é submetida à análise microscópica detalhada depois de passar por um preparo seminal, encontrando os gametas em quantidades muito baixas no líquido.
Hemospermia (ou hematospermia)
A hemospermia é diagnosticada quando existe sangue no sêmen. No geral, esse tipo de alteração seminal não é preocupante e desaparece após algumas semanas sem a determinação da causa. Algumas das origens podem ser biópsias da próstata e vasectomia. Se o sintoma se prolongar, é recomendado investigar possíveis doenças.
Hipospermia
A hiposmeria está relacionada ao volume total de sêmen ejaculado abaixo dos 1,5 ml esperados. A ejaculação retrógrada por ser a causa desse distúrbio, assim como problemas na anatomia do sistema reprodutivo masculino, baixa produção de testosterona ou doenças que estejam obstruindo a passagem do sêmen.
Leucospermia
A leucospermia é diagnosticada quando existe o aumento de leucócitos no material ejaculado. Como essas células sanguíneas protegem o organismo, a presença delas é sinal de alguma infecção no sistema reprodutivo masculino que deve ser investigada.
Necrozoospermia
A necrozoospermia acontece quando menos de 58% dos espermatozoides estão vivos no material examinado. Esse tipo é um dos mais raros entre as alterações seminais, atingindo aproximadamente 0,5% dos homens no mundo todo. Essa condição pode estar ligada a problemas hormonais, a infecções, ao câncer e ao uso de drogas e álcool.
Oligozoospermia
A oligozoospermia é mais uma das alterações seminais mais comuns, caracterizada pela baixa concentração de espermatozoides no ejaculado. Nesse caso, o espermograma aponta uma quantidade de gametas abaixo de 15 milhões por ml de sêmen, dificultando a fecundação.
Teratozoospermia
A teratozoospermia é um defeito de morfologia dos espermatozoides, causado pela malformação dos gametas. O formato padrão da cabeça, da parte intermediária e da cauda permite que o espermatozoide alcance o óvulo e rompa a camada protetora. Se ele não estiver íntegro, o seu desempenho é reduzido.
Alterações seminais e infertilidade masculina: qual é a relação?
As alterações seminais têm relação direta com a infertilidade masculina. A espermatogênese, que é a produção de espermatozoides, acontece dentro dos testículos sob a ação de hormônios. Em seguida, os gametas são armazenados e maturados nos epidídimos.
No momento da ejaculação, os gametas se transportam pelo ducto deferente para se misturar aos fluidos que compõem o sêmen, sendo ejaculados ao encontro do óvulo. A falha em qualquer etapa desse processo resulta nas alterações seminais, dificultando a obtenção da gestação de forma espontânea.
Diagnóstico de alterações seminais
Habitualmente, as alterações seminais não provocam sintomas, como dores ou desconfortos, não comprometendo nem mesmo a libido e o orgasmo. Dessa forma, o casal costuma receber o diagnóstico ao procurar ajuda médica diante das sucessivas falhas na tentativa de engravidar após 1 ano com relações sexuais frequentes, sem o uso de métodos contraceptivos.
O exame solicitado para a confirmação do diagnóstico de alterações seminais é o espermograma, análise aprofundada sobre a contagem, motilidade, morfologia e vitalidade dos espermatozoides. É comum a repetição do exame com o intervalo de, pelo menos, 15 dias para descartar fatores que possam interferir nos resultados.
Tratamento de alterações seminais
Existem tipos e causas diversas de alterações seminais. Portanto, o tratamento adequado varia de acordo com cada quadro clínico. Se for identificada desregulação hormonal, o distúrbio é tratado com hormônios, por exemplo. Caso se trate de uma enfermidade, o protocolo é diferente.
Algumas situações exigem intervenções cirúrgicas, como nos casos em que há obstruções nos ductos. Também é possível que as alterações seminais não sejam reversíveis ou mesmo que não se encontre a causa delas, sendo recomendado recorrer às técnicas de Reprodução Humana Assistida se houver o desejo de ter filhos.
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Como uma clínica de Reprodução Humana pode auxiliar?
As alterações seminais representam causas de infertilidade masculina, mas não significa que o homem seja estéril. Ainda que a origem do distúrbio apresentado no espermograma não seja de fácil identificação, as técnicas da Reprodução Humana Assistida possibilitam a gestação de uma nova vida.
A inseminação artificial é indicada para alterações seminais leves. Nessa técnica, os espermatozoides são coletados, preparados em laboratório e escolhidos para inserção diretamente na cavidade uterina, diminuindo o trajeto até o óvulo.
A fertilização in vitro é recomendada para alterações seminais mais complexas. Esse método consiste na fecundação dos gametas masculinos e femininos em laboratório. Os espermatozoides podem ser retirados diretamente dos testículos ou dos epidídimos, caso não seja possível a obtenção dos mesmos por meio da masturbação.
A técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) também aumenta as chances de fecundação ao introduzir o espermatozoide no interior do óvulo, evitando que ele precise romper a zona pelúcida, camada de proteção do óvulo. Além disso, o casal pode recorrer à doação de sêmen se necessário.
Entre em contato com a clínica BedMed para saber mais sobre as alterações seminais.
Fontes: