Conheça a doença e quais riscos ela pode trazer para a fertilidade
Essa doença pode causar sintomas intensos que afetam a qualidade de vida da mulher e trazem dificuldades para engravidar.
O útero é um órgão formado por três camadas: o endométrio, o miométrio e a serosa. A adenomiose é uma doença que ocorre quando o endométrio, que reveste a cavidade interna do útero, se espessa anormalmente sobre o miométrio, a camada muscular uterina.
O espessamento inadequado do endométrio causa inflamação e sintomas desconfortáveis, principalmente durante o período menstrual. A adenomiose é encontrada mais comumente em mulheres entre os 40 aos 50 anos, mas pode aparecer também em mulheres mais jovens.
Índice
O que é adenomiose?
Para entender a adenomiose, é necessário primeiro compreender as características dessas 3 camadas uterinas:
- O endométrio, que é a camada mais interna, é composto por glândulas. É o local onde ocorre a implantação do embrião;
- O miométrio é a camada intermediária, sendo composto por tecido muscular e se responsabilizando por realizar contrações uterinas, como as existentes no trabalho de parto;
- A serosa, por fim, é uma camada externa que separa o útero dos outros órgãos adjacentes.
Todos os meses, o endométrio recebe estímulos para se espessar e poder receber o possível embrião. A adenomiose ocorre quando o espessamento do endométrio ultrapassa a faixa da normalidade e atinge a camada do miométrio. Essa condição leva a um processo inflamatório.
Quais são as causas da adenomiose?
Pouco se sabe sobre causas específicas da adenomiose. Consideram-se algumas condições que podem facilitar o aparecimento da doença, tais como traumas ginecológicos no útero por causa de cirurgias realizadas mais de uma gravidez ao longo da vida e realização de partos cesáreos.
O desenvolvimento da doença depende do hormônio estrogênio. Por isso, não é incomum que a doença apareça em coexistência com outras alterações que também estão relacionadas à produção exagerada desse hormônio, tais como miomas, endometriose, pólipos e hiperplasias endometriais.
Tipos de adenomiose
Existem dois tipos de adenomiose: a difusa e a focal.
A adenomiose difusa se caracteriza pela presença de tecidos e glândulas do endométrio por todo o tecido muscular miometrial. Existem casos de adenomiose difusa em que o útero pode aumentar o seu volume consideravelmente, como em uma gravidez de 12 semanas.
A adenomiose focal ocorre quando a presença de tecidos e glândulas endometriais é restrita a uma região específica do útero. Esses casos podem ser facilmente confundidos com miomas, por exemplo, por causa da semelhança estrutural anatômica miometrial.
Além desses dois tipos principais, a adenomiose também pode ser classificada de acordo com sua manifestação, podendo ser superficial, intermediária ou profunda. Essa classificação é feita de acordo com a quantidade e espessura das camadas afetadas.
Principais sintomas da adenomiose
Cerca de 35% das mulheres que têm adenomiose não apresentam sintomas na maior parte da vida (assintomáticas). Os casos sintomáticos costumam aparecer após a primeira gravidez e podem se tornar mais frequentes à medida que a idade da mulher avança. Após a menopausa, os sintomas costumam cessar.
Quando surgem, os principais sintomas da adenomiose são:
- Dismenorreia (cólicas menstruais muito intensas);
- Aumento do fluxo do sangramento vaginal;
- Dor nas relações sexuais;
- Prisão de ventre e dor ao evacuar;
- Inchaço abdominal e desconforto.
Por serem sintomas, muitas vezes, intensos, a adenomiose pode ser vista como uma doença que afeta muito a qualidade de vida da mulher, podendo levar também a dificuldades de engravidar.
Adenomiose e gravidez
Por ser uma doença que afeta as camadas uterinas, a adenomiose tem relação direta com a gravidez. A doença está relacionada a um risco maior de dificuldades para engravidar, ainda que ela não impossibilite por completo a obtenção da gestação.
Isso ocorre porque o organismo trata a existência da doença como uma agressão que precisa ser neutralizada e cicatrizada. Esse processo reduz a produção de progesterona, hormônio que atua na fertilização e na implantação do embrião no útero.
Além da alteração hormonal, também ocorre a ação do sistema imune que, por sua vez, acaba dificultando a implantação do embrião, podendo levar a quadros de abortamento precoce. A resposta inflamatória também está relacionada à dificuldade para engravidar por comprometer a qualidade dos óvulos.
Diagnóstico da adenomiose
Após analisar a história clínica da paciente e os sintomas relatados, o médico deverá fazer um exame físico para descartar outras lesões e avaliar o aumento do volume uterino e a dor referenciada pela paciente. Os exames de imagem, como a ultrassonografia ou a ressonância nuclear magnética da pelve, podem confirmar o diagnóstico de adenomiose.
Tratamentos para a adenomiose
A adenomiose pode ser tratada de forma clínica e/ou cirúrgica. A indicação depende de fatores como o desejo da mulher em engravidar e a gravidade da doença e seus sintomas.
As mulheres com filhos, que não desejam mais engravidar, podem optar pela histerectomia, que cura a doença justamente porque é uma intervenção que consiste na retirada completa do útero.
Alguns procedimentos cirúrgicos, caso a gravidade da doença permita, podem ser realizados em mulheres que desejam engravidar, uma vez que se propõem a retirar parcialmente as áreas afetadas pela adenomiose (principalmente nos casos de adenomiose focal).
O tratamento medicamentoso inclui o uso de anti-inflamatórios e anticoncepcionais para controlar os sintomas da inflamação e a liberação de hormônios.
Para as mulheres com problemas de fertilidade, pode se optar pela fertilização in vitro, após realizar uma série de exames para constatar a gravidade e a viabilidade da gravidez, além de acompanhamento rigoroso em todos os processos.
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Fontes: