De acordo com dados obtidos pela Secretaria de Saúde, cerca de sete mulheres se submetem diariamente a procedimentos cirúrgicos para tratamento da endometriose na cidade de São Paulo.
O motivo da alta prevalência dessa doença em nossa população permanece desconhecido, porém, sabe-se que alguns fatores podem contribuir para a formação e o desenvolvimento da mesma, tais como fatores hormonais, genéticos e imunológicos.
A cirurgia para o tratamento da endometriose geralmente é feita por meio da videolaparoscopia, que tem como objetivo cauterizar os focos de endometriose e retirar as aderências formadas pela doença.
Nos casos mais graves (endometriose profunda) pode ser necessária a retirada de partes do órgão que tenham sido danificadas pela doença, como por exemplo: ovário, útero, bexiga e os intestinos.
A videolaparoscopia é uma cirurgia minimamente invasiva, não precisando de grandes cortes externos na pele. Geralmente são realizadas pequenas incisões, praticamente imperceptíveis, na altura do umbigo e da virilha.
O procedimento deve ser realizado sob anestesia geral, em ambiente hospitalar e com uma equipe altamente especializada no tratamento da endometriose. Ao fazer a cirurgia é importante saber que:
- O procedimento não dura muito mais do que duas horas em casos de endometriose mínima a moderada. Nos casos de endometriose profunda, a duração da cirurgia pode se estender;
- O tempo mínimo de internação hospitalar é de 24 horas;
- A recuperação completa após a cirurgia para endometriose pode variar de 7 a 14 dias;
- É necessário seguir os cuidados indicados pelos médicos.
Contudo, antes de direcionar a paciente para uma cirurgia, é necessário que o médico ouça a opinião da paciente sobre sua vontade de engravidar ou não.
Caso ela tenha vontade em ser mãe, a retirada dos ovários e do útero não deve ser realizada, a menos que sua vida esteja em risco.
4 dúvidas comuns sobre a cirurgia da endometriose:
- A histerectomia cura a endometriose? MENTIRA
Muitas pessoas se confundem ao acharem que a doença esta apenas acometendo o útero. A endometriose é uma doença inflamatória que acomete toda a cavidade pélvica e a retirada completa do útero não cura a doença, pois muitas vezes a paciente pode apresentar outros focos de endometriose pela cavidade abdominal.
Esses implantes de tecido endometrial acabam crescendo à custa de hormônios produzidos pelos ovários. Portanto, a histerectomia é o último recurso a ser realizado, não devendo ser feito de forma rotineira para o tratamento de endometriose.
- A endometriose é uma doença sem cura? VERDADE
Infelizmente, a endometriose ainda não tem cura, mas existem tratamentos e cirurgias para controlar seus sintomas e evitar a progressão da doença.
Na grande maioria dos casos, pacientes que são submetidas a tratamentos cirúrgicos acabam apresentando altos índices de melhora dos sintomas, voltando a apresentar uma excelente qualidade de vida.
- A única maneira de se ter certeza sobre a existência da endometriose é através do resultado da biópsia obtida pela videolaparoscopia? VERDADE
Existem exames que podem levantar a suspeita da doença, porém, a certeza diagnóstica é obtida apenas por meio do resultado anatomopatológico (biópsia).
Geralmente, a biópsia é realizada durante a videolaparoscopia. Essa cirurgia serve tanto para diagnosticar como tratar a doença, retirando amostras dos focos e implantes endometrióticos.
Estas amostras são obrigatoriamente enviadas ao laboratório, a fim de que seja realizado um exame anatomopatológico que confirmará a presença ou não da endometriose.
- A endometriose pode ser diagnosticada e tratada por qualquer médico? MENTIRA
Não, não são todos os médicos familiarizados com a doença a ponto de diagnosticá-la e tratá-la da maneira correta. A endometriose é uma doença que pode apresentar variadas sintomatologias, sendo que o seu diagnóstico deve ser realizado por um médico especialista em endometriose.
Se você ainda apresentar dúvidas sobre o assunto, a clínica BedMed está disposta a esclarecer todos os seus questionamentos!