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Cirurgia para Endometriose Explicada por um Especialista

A endometriose é uma doença inflamatória crônica que acomete grande parte das mulheres no mundo todo. No Brasil, por exemplo, o número gira em torno de 10 milhões de mulheres afetadas, segundo dados da Secretaria de Saúde de São Paulo. Por conta de sua alta incidência, cresceram dúvidas acerca de como é realizada a cirurgia para endometriose, a forma mais efetiva de combate para essa patologia.

Referência à cirurgia para endometriose

Essa alteração acontece quando as células endometriais extravasam de forma anômala na cavidade abdominal, por uma possível menstruação retrógrada, e atingem órgãos adjacentes ao sistema reprodutivo feminino, perpetuando um processo inflamatório crônico e progressivo. A cirurgia para endometriose é um dos possíveis tratamentos da doença, sobretudo para as pacientes diagnosticadas com endometriose profunda (grau IV).

Para colaborar com pacientes diagnosticadas com endometriose e em fase de tratamento, o ginecologista obstetra, Dr. Bruno Bedoschi, respondeu aos questionamentos mais comuns sobre a cirurgia para tratamento da endometriose. Confira! 

Como é feita a cirurgia para endometriose?

A cirurgia para endometriose é realizada por meio da videolaparoscopia ginecológica, um dos métodos mais adotados atualmente para diminuir os sintomas da doença. Por meio desse tratamento é possível realizar a cauterização dos focos de endometriose, lise de aderências e extirpação de possíveis tumorações promovidas por ela. Trata-se de um procedimento complexo e minimamente invasivo que deve ser realizado em ambiente hospitalar e que requer anestesia geral.

O procedimento tem início com uma pequena incisão na região umbilical (cerca de 1,5 cm). Por meio desse corte é inserido um pequeno tubo contendo gás carbônico e uma microcâmera. Após a adequada insuflação da cavidade abdominal, o cirurgião também realiza outras duas pequenas incisões na região inferior do abdome (geralmente na região das fossas ilíacas) para inserir outros instrumentos cirúrgicos (pinças, eletrocoaguladores ou tesouras) que contribuem para a identificação e localização dos focos de endometriose que estão disseminados na cavidade abdominal.

Dessa forma, fica mais fácil para o especialista em endometriose remover os focos da doença sem a necessidade de retirar os órgãos do sistema reprodutor da mulher. A cirurgia para endometriose demora cerca de 2 horas para ser concluída, a depender de cada caso, ou seja, esse período pode se estender em casos mais graves — geralmente quando há comprometimento intestinal ou vesical associado.

A videolaparoscopia é a principal escolha dos ginecologistas para o tratamento cirúrgico da endometriose, pois, oferece uma visão mais ampla da cavidade abdominal.

Quando a cirurgia de endometriose é indicada? 

No geral, a cirurgia para endometriose é indicada quando as células endometriais, implantadas de forma anômala na cavidade abdominal, causam um processo inflamatório intenso, provocando dores nas relações sexuais, cólicas abdominais, sangramentos irregulares entre os ciclos menstruais, entre outros sintomas. Entretanto, além disso, existem outros casos que demandam tratamento cirúrgico:

  • Pacientes que realizaram o tratamento com medicamentos analgésicos ou à base de hormônios e que não obtiveram sucesso com o tratamento clínico;
  • Pacientes com endometriose avançada — forma mais severa da doença que costuma atingir os órgãos adjacentes – mesmo sendo assintomáticas, é valido pensar em um tratamento cirúrgico para evitar a progressão da doença;
  • Pacientes com sinais de obstrução das vias urinárias;
  • Pacientes com endometriose moderada, estágio da doença que acomete os ovários – principalmente nos casos de pacientes que ainda não engravidaram e que têm o futuro intuito de serem mães;
  • Pacientes com estenose intestinal associada a sintomas de obstrução parcial no trânsito intestinal;
  • Pacientes diagnosticadas com infertilidade conjugal e que desejam engravidar no futuro.

É importante ressaltar que a decisão pelo tratamento cirúrgico da endometriose está relacionada a uma série de fatores, tais como a idade da mulher, histórico familiar, queixas clínicas, intensidade e extensão dos focos de endometriose e futuro desejo gestacional ou não.

O ginecologista pedirá alguns exames para a paciente, tais como a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal ou a ressonância nuclear magnética da pelve para mapeamento da endometriose. A partir da análise de todos os dados discutidos previamente, o médico poderá estabelecer qual é o melhor método terapêutico para cada caso.

Paciente em recuperação depois de uma cirurgia para endometriose

Quanto tempo leva para se recuperar de uma cirurgia para endometriose? 

Um dos motivos para os especialistas em endometriose recorrerem à videolaparoscopia é a possibilidade de a paciente ter uma recuperação mais rápida, principalmente quando comparada às cirurgias convencionais abertas (também chamadas de cirurgias laparotômicas).

Em média, o tempo de recuperação completa de uma cirurgia para endometriose leva de 7 a 14 dias, variando conforme cada caso.

Durante o pós-operatório da cirurgia para endometriose, a paciente deve ficar em repouso físico e sexual, evitando até mesmo dirigir, por até 15 dias após a realização do procedimento. As atividades rotineiras serão gradativamente retomadas de acordo com a recomendação do ginecologista e a cicatrização costuma ficar praticamente imperceptível.

É comum que as pacientes sintam desconforto na região lombar ou cólicas após a cirurgia para endometriose. Outros sintomas recorrentes no pós-operatório são:

  • Constipação intestinal crônica;
  • Acúmulo de gases e enjoos;
  • Sensação de inchaço.

Quais são os riscos da cirurgia para endometriose?

Algumas pacientes se perguntam se a cirurgia para endometriose é perigosa, no entanto, o procedimento costuma ser bastante seguro — especialmente quando é realizado por uma equipe qualificada. Apesar de ser raro, a cirurgia para endometriose apresenta alguns riscos. São eles:

  • Sangramento – risco extremamente menor quando comparado à cirurgia laparotômica;
  • Hematomas ao redor da ferida operatória;
  • Infecção pélvica;
  • Formação de tecido cicatricial (aderência) após a cirurgia;
  • Danos ao intestino, bexiga ou ureteres.

Quem faz cirurgia para endometriose pode engravidar?

O potencial fértil é diferente para cada mulher portadora de endometriose. Ainda assim, as chances de engravidar espontaneamente após uma cirurgia para endometriose via videolaparoscópica são bastante significativas.

Caso a paciente seja portadora dos tipos mais severos da doença (moderada ou avançada), o ginecologista avaliará a necessidade de indicar um tratamento de Reprodução Assistida, tal como a Fertilização in Vitro (FIV), por exemplo.

A endometriose pode voltar após a realização da cirurgia? 

A possibilidade de uma recidiva da endometriose é pequena quando todos os focos visíveis são retirados no decorrer da videolaparoscopia. Segundo a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), os sinais da doença podem voltar em 30 a 50% dos casos após dois anos da cirurgia para endometriose.

A indicação da cirurgia para endometriose deve ser feita de maneira individualizada, respeitando o histórico de saúde da paciente e o grau da doença. Caso queira tratar a endometriose com um dos profissionais da Clínica Ginecológica BedMed, entre em contato e agende a sua consulta.

Fontes:

Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo

Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva;

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO);

Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE);

Serviço Nacional de Saúde do Governo Britânico.

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