Muito indicado por ginecologistas, principalmente para mulheres que se esquecem de tomar a pílula anticoncepcional regularmente, o anel vaginal é um método contraceptivo hormonal de uso vaginal, muito eficiente e de fácil acesso, porém pouco conhecido entre as pacientes.
O método já existe há cerca de 50 anos, mas apenas recentemente recebeu a atenção e divulgação necessárias, conquistando diversas adeptas, devido principalmente à facilidade de uso, segurança e a baixa exposição hormonal local a qual a mulher é submetida.
Índice
O que é o anel vaginal?
O anel vaginal é um método anticoncepcional hormonal em formato de aro flexível, na maioria dos casos transparente, feito de silicone, com cerca de 5 cm de diâmetro, que permite adaptação confortável aos contornos do canal vaginal, onde deve ser inserido.
O anel vaginal é um método combinado, ou seja, contém estrogênio e progesterona em sua composição, e inibe a ovulação, bloqueando, dessa forma, a fecundação.
Contudo, por não ser um método contraceptivo de barreira, como a camisinha feminina (entenda mais sobre a camisinha feminina), o anel vaginal não impede a transmissão de possíveis DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) ou demais infecções que podem ser adquiridas durante a relação sexual.
Como o anel vaginal funciona?
A mulher que inicia o uso desse método contraceptivo, sempre após a avaliação e orientação de um ginecologista, deve inseri-lo na vagina no início da menstruação, flexionando-o em formato de “8” entre os dedos polegar e indicador, até o fundo do canal vaginal.
Ele deve permanecer lá por 21 dias, quando deverá ser retirado e descartado (esse método não é reutilizável).
Após a retirada é preciso dar uma pausa de uma semana (período em que a menstruação deve ocorrer) para inserir um novo anel.
O anel vaginal libera estrogênio e progesterona, que penetram na corrente sanguínea da mulher, inibindo a ovulação e, consequentemente, impedindo uma gravidez indesejada.
Assim que o uso do método é suspenso, a fertilidade da mulher é regularizada. Portanto, caso ela utilize o anel vaginal e planeje engravidar, a partir do momento que o uso do contraceptivo for interrompido, ela poderá conceber a gravidez de forma espontânea.
Quando utilizado de maneira correta, de acordo com as orientações do ginecologista que acompanha o caso, a eficiência contraceptiva do anel vaginal é similar à pílula anticoncepcional, garantindo assim uma alta eficácia, com risco teórico de gravidez variando entre 0,3-8%.
As principais vantagens desse método são: praticidade no uso (o anel deve ser inserido apenas uma vez ao mês), controle do fluxo menstrual (as pacientes que utilizam esse método anticoncepcional relatam uma redução de “spotting” – escape menstrual) e menor efeito do componente estrogênico (reduzindo os efeitos colaterais provenientes desse hormônio, tais como: náuseas, vômitos e dor de cabeça).
Apesar de manter-se dentro do canal vaginal durante três semanas consecutivas, o método é confortável e não interfere nas relações sexuais.
A maioria dos casais nos quais a mulher faz uso do anel vaginal afirma não sentir incômodos durante o ato sexual. Um dos únicos efeitos colaterais do método é o aumento da lubrificação vaginal.
Como o anel vaginal é inserido e retirado?
A aplicação do anel vaginal é bastante simples. Pode ser realizada pela própria mulher em um local em que se sinta confortável, ou, caso prefira, pelo ginecologista no consultório médico. Confira o passo a passo:
- Escolha uma posição confortável para introduzir o anel vaginal, podendo ser deitada, de cócoras ou com uma das pernas elevada;
- Com as mãos devidamente higienizadas, manipule o anel vaginal formando um “8” entre os dedos polegar e indicador;
- Introduza-o no canal vaginal;
- Com o dedo indicador, empurre o anel o mais profundamente possível (movimento semelhante ao realizado durante a introdução de absorventes internos);
- Passadas as três semanas, remova o anel vaginal, puxando-o com a ponta do dedo. Lembre-se sempre de descartar o método após o seu uso.
Para quem o anel vaginal é indicado?
O anel vaginal, por ser um método anticoncepcional de uso vaginal, é indicado para mulheres que já possuem vida sexual ativa.
Assim como todo contraceptivo hormonal combinado, o anel vaginal é contraindicado para casos em que a mulher é diagnosticada com doenças no fígado, câncer de mama, tendência a desenvolver trombose ou outras enfermidades relacionadas à coagulação sanguínea, suspeita de gravidez, fumantes, portadoras de hipertensão, portadoras de cefaleia crônica ligada a alterações neurológicas, portadoras de diabetes com lesão de órgão-alvo ou em caso de alergia a algum dos componentes presentes no método.
Também não é recomendado para mulheres em período de aleitamento materno, devendo ser substituído por outro método anticoncepcional, de preferência um que seja composto apenas por progesterona isolada, de acordo com a orientação do ginecologista obstetra.
Quais são os principais benefícios do anel vaginal?
É um método bastante conveniente, de fácil aplicação e que reduz o risco de esquecimento. Por isso, o número de adesões ao uso do anel vaginal vem aumentando anualmente.
A maioria das mulheres que experimenta o método, não muda de contraceptivo. Além disso, o anel vaginal apresenta poucos efeitos colaterais e diversos benefícios, tais como:
- Regularização e diminuição do fluxo menstrual;
- Diminuição da intensidade das cólicas menstruais;
- Redução no risco do desenvolvimento do câncer de ovário, câncer de endométrio, cistos ovarianos e DIP (Doença Inflamatória Pélvica).
Antes de optar por qualquer tipo de método contraceptivo, você deve sempre se consultar com um especialista em ginecologia. Apenas ele poderá selecionar e fornecer todas as informações necessárias sobre cada método anticoncepcional.