A inserção da mulher no mercado de trabalho, somada a tendência em postergar o desejo da maternidade, faz com que milhares de mulheres busquem pelo uso de métodos contraceptivos eficazes. Camisinha, Dispositivo Intrauterino de cobre (DIU), Sistema Intrauterino Hormonal (SIU ou DIU hormonal), implante, pílula, anel, adesivo e injeção anticoncepcional são as opções mais procuradas, sendo que todas apresentam indicações individualizadas, devendo sempre ser prescritas por um médico ginecologista.
Todos, sem exceção, são métodos de boa eficácia, porém quando administrados ou ingeridos de forma errada podem resultar em uma gestação inesperada. Por isso, é de extrema importância o aconselhamento médico, pois cada método tem sua peculiaridade e o ginecologista é o profissional que poderá sanar todas as dúvidas, assim como prescrever a melhor opção de método anticoncepcional para cada caso. Atualmente, o método que gera mais dúvidas entre as mulheres é a injeção anticoncepcional.
Um dos grandes diferenciais acerca desse método contraceptivo por meio da injeção anticoncepcional é a comodidade de, com apenas uma dose mensal ou uma dose trimestral, se prevenir de uma gestação. Entretanto, o método não é capaz de prevenir doenças sexualmente transmissíveis, sendo que isso só é combatido com o uso do preservativo masculino ou feminino.
A injeção anticoncepcional é muito indicada para as mulheres que, devido a rotina acelerada do dia a dia, costumam esquecer de tomar o contraceptivo oral (pílula) todos os dias e, de preferência, no mesmo horário.
Existem duas formulações de injeções anticoncepcionais, sendo elas:
- Injeção mensal;
- Injeção trimestral.
Para minimizar as dúvidas acerca do método contraceptivo, vamos explicar cada um deles e informar seus benefícios e possíveis efeitos colaterais.
Injeção anticoncepcional mensal
Como o nome já diz, esse tipo de contraceptivo deve ser aplicado mensalmente. A paciente, com a receita em mãos, deve dirigir-se a uma farmácia e solicitar a aplicação da dose. O contraceptivo é aplicado via intramuscular na região do glúteo.
A injeção mensal é composta por estrogênio e progesterona e a cada 30 dias deve ser reaplicada. Como é um método contraceptivo hormonal combinado, a mulher terá seu ciclo menstrual de forma mensal, não tendo a sua menstruação interrompida.
Quando a paciente tiver a indicação para o uso da injeção anticoncepcional mensal, ela deve receber a primeira aplicação no primeiro dia de seu ciclo menstrual. A próxima deve ocorrer 30 dias após, sendo indicado que isso seja seguido à risca, para que a mesma não fique desprevenida e sujeita ao risco de uma gravidez não planejada.
Assim como qualquer método contraceptivo, a injeção mensal pode ser interrompida, em especial, quando a mulher decidir engravidar. Os ginecologistas da clínica BedMed explicam que o processo de retorno da fertilidade da paciente é de um mês após o encerramento do método contraceptivo, sendo que é comum a mulher engravidar logo após esse período.
Essa máxima se aplica as mulheres que não apresentem nenhum indicativo ou fator de risco para infertilidade, tal como o diagnóstico da endometriose, por exemplo.
Os benefícios da injeção contraceptiva mensal são
- Dose única a ser administrada uma vez por mês;
- Ciclo menstrual regular;
- Controla as cólicas menstruais;
- Tem alta eficácia contraceptiva, assim como a pílula anticoncepcional;
- Tem custo acessível.
Em contrapartida, existe uma parcela de mulheres que não pode se beneficiar de tal medicamento, em especial, mulheres com predisposição à trombose, a acidente vascular cerebral (AVC), a infarto e em pacientes que apresentem alguma alteração hepática grave. Mulheres fumantes ou em fase de amamentação também não devem utilizar tal método contraceptivo.
O mercado oferta algumas marcas, entretanto, como já mencionado, esse medicamento deve ser prescrito por um ginecologista, que é o profissional mais capacitado para indicar a melhor solução para mulheres que não têm interesse na maternidade no momento.
Injeção anticoncepcional trimestral
A injeção trimestral é administrada a cada três meses, ou seja, a cada 90 dias. Também necessita de receita médica e só pode ser administrada em farmácias. No caso da injeção anticoncepcional trimestral, ela é composta apenas de hormônio progesterona, podendo ser utilizada até por mulheres lactantes.
Um dos diferenciais da injeção trimestral é que a mulher deixa de apresentar ciclos menstruais, livrando-se do incômodo da menstruação. Esse tipo de medicamento costuma ser prescrito a pacientes diagnosticadas com endometriose, justamente por cessar o ciclo menstrual.
É indicado que o contraceptivo seja aplicado via intramuscular, sendo o glúteo o local mais indicado para a administração do medicamento. O hormônio é absorvido aos poucos pelo organismo, sendo que em alguns casos ele pode demorar um pouco mais de tempo para ser completamente eliminado pelo corpo.
Os benefícios da injeção contraceptiva trimestral são
- Dose única a cada 90 dias;
- Pode ser tomada por mulheres em fase de amamentação;
- Não aumenta o risco de episódios tromboembólicos;
- Tem alta eficácia;
- Tem valor acessível.
Entretanto, quando usado por períodos prolongados, esse método pode ter efeito negativo sobre o ganho de peso, pois uma das suas reações é a retenção de líquidos. Outro problema acerca do método é que ele, após muito tempo de uso, pode resultar em diminuição na densidade mineral óssea, o que eleva as chances da paciente ser diagnosticada com osteopenia ou osteoporose.
A mulher que usa tal método anticoncepcional, quando opta por parar e por tentar obter a gestação, deve ter ciência de que esse método contraceptivo, por estar depositado no organismo da mulher, pode demorar alguns meses até ser completamente metabolizado pelo corpo.
Por isso, é muito comum que algumas mulheres demorem a menstruar, mesmo após ter interrompido o uso da injeção anticoncepcional trimestral. Isso pode retardar as chances de um casal engravidar de forma espontânea após a cessação do uso do método.
Como já mencionado anteriormente, antes de optar pelo uso da injeção anticoncepcional, é ideal que a mulher se consulte com um ginecologista e que o mesmo libere o uso desse método. Por se tratar de um medicamento que necessita de receita para ser administrado, é fundamental que a paciente tenha um acompanhamento médico e, caso a injeção anticoncepcional apresente qualquer reação adversa além das mencionadas, é importante que ela volte a conversar com o seu médico para obter uma nova indicação de outro método contraceptivo.