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Miomas Uterinos

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Imagem ilustrativa de útero com miomas.

Dependendo da localização, do tamanho e do tipo de mioma, essa alteração pode levar à dificuldade para obtenção da gestação e à infertilidade.

Os miomas uterinos são tumorações benignas, também chamados de leiomiomas, que costumam surgir com mais frequência em mulheres na idade reprodutiva (cerca de 20 a 25% das mulheres em idade fértil podem apresentar essa doença).

Miomas uterinos são formados pelo tecido muscular que reveste o útero, chamado de miométrio. Uma única célula se divide várias vezes, formando uma massa firme e elástica, distinta dos tecidos localizados ao seu redor.

O padrão de crescimento dos miomas uterinos pode variar: alguns podem crescer lentamente, enquanto outros evoluem de maneira mais rápida. Há ainda os que permanecem anos no mesmo tamanho ou que regridem de tamanho, como é o caso daqueles que aparecem durante a gestação.

Os miomas uterinos podem ter tamanhos variados, desde proporções milimétricas a dimensões volumosas que chegam a alterar o tamanho e a definição do corpo uterino.

Eles podem ser únicos ou múltiplos (mais de um mioma no interior do útero) e podem ser classificados conforme sua localização.

Principais tipos de miomas uterinos

Os três principais tipos de miomas uterinos são:

  1. Subseroso: está localizado abaixo da camada mais externa do corpo uterino, chamada de camada subserosa. Como ele pode provocar a compressão de órgãos adjacentes, como bexiga ou intestino, este mioma costuma apresentar sintomas como: aumento da frequência urinária ou constipação intestinal, além de cólicas;
  2. Intramural: está localizado no interior da camada muscular do útero, chamada de miométrio, podendo causar aumento do sangramento vaginal e cólicas abdominais. Dependendo do seu tamanho, esse tipo de mioma uterino pode levar a um abaulamento no endométrio, gerando maior risco de infertilidade para a paciente;
  3. Submucoso: está localizado na camada mais interna do útero, chamada de endométrio, e é o tipo de mioma que mais interfere na fertilidade. Além disso, pode provocar hemorragias durante o fluxo menstrual devido a sua localização.

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Causas dos miomas uterinos

As causas que podem levar ao aparecimento dos miomas uterinos não são totalmente conhecidas. O que se sabe é que eles surgem com maior frequência entre as mulheres:

  • Negras;
  • Com histórico familiar positivo para a doença;
  • Hipertensas, obesas, diabéticas ou com síndrome dos ovários policísticos;
  • Nuligestas (mulheres que nunca tiveram filhos).

Além disso, os miomas uterinos têm relação com os hormônios que são produzidos durante o período fértil da mulher. Por isso, eles tendem a diminuir de tamanho após a menopausa.

Sintomas dos miomas uterinos

Em muitos casos, os miomas uterinos não provocam sintomas. Sendo assim, muitas mulheres desconhecem ter a doença, só detectando a alteração durante a realização dos exames ginecológicos de rotina.

Quando os miomas uterinos apresentam sinais ou sintomas, estes estão relacionados com a quantidade, tamanho e localização dos miomas. O quadro clínico pode ser variável, sendo que as principais alterações são:

  • Sangramento vaginal excessivo (com a presença de coágulos durante a menstruação);
  • Cólicas menstruais;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Dores pélvicas ou na coluna lombar;
  • Aumento do volume abdominal;
  • Incontinência urinária ou constipação intestinal (quando crescem muito, os miomas uterinos podem comprimir a bexiga e o intestino);
  • Presença de varizes e inchaço nas pernas, devido à compressão dos vasos pélvicos;
  • Dificuldades para engravidar;
  • Infertilidade (cerca de 5 a 10% dos casos de infertilidade estão relacionados a miomas uterinos).

Os miomas uterinos podem surgir em qualquer local do útero, mas quanto mais perto estiverem da região interna do órgão, há mais chances de provocarem sangramento e de dificultarem a gravidez.

Como é feito o diagnóstico dos miomas uterinos?

O diagnóstico dos miomas uterinos é feito por meio da anamnese, ou seja, da história clínica da paciente, do exame ginecológico e da realização de exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância nuclear magnética da pelve. Tais exames confirmam o diagnóstico e descartam a presença de outras doenças.

Como é feito o tratamento dos miomas uterinos?

O tratamento dos miomas uterinos deve ser sempre individualizado, pois é preciso considerar fatores como:

  • Idade da mulher;
  • Presença de sintomas;
  • Localização e tamanho das lesões;
  • Quantidade de miomas uterinos;
  • Desejo de engravidar.

Mulheres assintomáticas e que não desejam engravidar, habitualmente, não precisam de tratamento, mas devem ser acompanhadas regularmente pelo seu médico para avaliar se o mioma uterino regrediu ou aumentou de tamanho.

Em casos em que a mulher apresenta sintomas que incomodam sua rotina e impactam negativamente a sua qualidade de vida, o médico pode indicar o uso de algumas medicações, sendo as mais recomendadas: anticoncepcionais orais combinados, analgésicos, progestágenos isolados, análogos do hormônio liberador das gonadotrofinas e anti-inflamatórios não esteroidais.

Porém, o tratamento definitivo dos miomas uterinos é cirúrgico. Ele é recomendado quando os miomas uterinos causam sintomas importantes – como dores e sangramentos excessivos –, se forem do tipo submucoso ou quando apresentam grandes dimensões.

Existem dois tipos de procedimentos que podem ser indicados, dependendo do caso: miomectomia ou histerectomia.

Na miomectomia, retira-se apenas o mioma. É um procedimento mais indicado para a mulher que deseja engravidar, porém, há chances de recidiva da doença. Já na histerectomia, é feita a retirada total do útero. Essa indicação normalmente ocorre quando os miomas uterinos são volumosos e quando a paciente já tem prole constituída. Ambas podem ser feitas por videolaparoscopia, um procedimento menos invasivo e que promove uma rápida recuperação.

Miomas uterinos e fertilidade

Quando os miomas são submucosos ou intramurais com abaulamento do endométrio, eles causam alterações na cavidade endometrial, dificultando a implantação do embrião no útero. Esses miomas estão relacionados a um risco aumentado de infertilidade. Portanto, toda mulher que seja portadora desse tipo de mioma e que tenha futuro desejo de gravidez, deve planejar a retirada cirúrgica do mesmo.

Além disso, os miomas uterinos, principalmente se forem do tipo submucosos (localizados na parede interna do endométrio), podem trazer complicações durante a gestação, como, por exemplo: maior risco de abortamento ou parto prematuro.

Caso a mulher esteja encontrando dificuldades para engravidar e suspeite de miomas uterinos, o primeiro passo é procurar por um especialista em Reprodução Assistida para que ele faça o diagnóstico e avalie o melhor tratamento de forma individualizada.

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10 fatos sobre os miomas e a gravidez:

O mioma pode gerar complicações que afetam o processo de obtenção de gravidez ou a própria gestação. Já vimos que, em alguns casos, a mulher portadora de mioma pode engravidar. Além disso, a boa notícia é que o mioma uterino é responsável por apenas 3% dos casos de infertilidade. Por isso, em casos de infertilidade conjugal em que a paciente é portadora de mioma, sempre é importante avaliar outros fatores que também podem estar promovendo a dificuldade para obtenção da gravidez.

1. Nem todos os miomas causam infertilidade:

Como já foi dito anteriormente, apenas os miomas submucosos e intramurais podem atrapalhar o processo de obtenção da gestação. Miomas subserosos ou miomas intramurais que não promovem abaulamento na cavidade endometrial geralmente não causam infertilidade conjugal.

2. O mioma uterino pode não apresentar sintomas:

Muitas mulheres não sabem que são portadoras de miomas e há pacientes que só ficam sabendo desta condição durante a gestação, ou seja, quem tem mioma pode engravidar. Por isso, é importante realizar exames ginecológicos regularmente.

3. Os exames de rotina ginecológica são importantes para a saúde da mulher:

Por meio da ultrassonografia pélvica transvaginal, é possível identificar 80% dos casos de miomas uterinos. Isso pode auxiliar na detecção precoce dessa patologia e na instituição de um tratamento adequado antes da gravidez.

4. Quanto antes o mioma uterino for identificado, melhor:

O diagnóstico precoce ajuda a diminuir as chances de alterações anatômicas na cavidade uterina e possíveis incômodos durante o ciclo menstrual da mulher.

5. Nem todas as mulheres portadoras de miomas uterinos precisam recorrer a algum tratamento de Reprodução Assistida:

Não são todas as mulheres portadoras de miomas uterinos que precisam se submeter a tratamentos para engravidar. Como já foi dito anteriormente, em alguns casos, os nódulos são pequenos e acabam não interferindo no processo de obtenção da gravidez.

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6. Existem casos que precisam de cirurgia:

Em casos mais extremos, a depender do tamanho e da localização dos miomas, o recomendável é que a paciente passe por um procedimento cirúrgico a fim de retirar o mioma uterino. Geralmente, o tratamento cirúrgico é extremamente efetivo e tem baixo potencial de complicações.

7. Fique atenta aos possíveis sinais de degeneração miomatosa na gravidez:

Durante a gestação, o mioma pode sofrer um processo de isquemia (falta de oxigenação tecidual – processo chamado de degeneração miomatosa) e causar sangramentos, dores ou cólicas abdominais intensas.

8. O mioma pode interferir na gestação:

Abortos espontâneos costumam ser comuns nos três primeiros meses do período gestacional. Além disso, a presença do mioma uterino aumenta o risco de parto prematuro e descolamento prematuro de placenta.

9. O mioma pode até antecipar o parto:

O mioma pode sim influenciar no risco de um parto prematuro.

10. O mioma pode causar o descolamento prematuro da placenta:

Isso acontece principalmente nos casos em que o mioma está localizado próximo à inserção placentária. Nesses casos, é mandatória a realização de um acompanhamento pré-natal de alto risco. Além disso, é fundamental que a gestante faça repouso e siga todas as recomendações médicas.

É importante frisar que as complicações citadas acima podem ou não se desenvolver no organismo da mulher que é portadora de mioma uterino, não sendo uma regra geral. Nesses casos, é fundamental que a portadora de mioma uterino realize o acompanhamento médico com um especialista de confiança.

 

Fontes:

BedMed

Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde

Eurofarma

Manual MSD

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