A infertilidade conjugal pode ser causada por fatores masculinos, femininos ou relacionados ao casal
De forma geral, a infertilidade é determinada quando há dificuldade de conseguir ter filhos espontaneamente, isto é, de se obter uma gravidez sem auxílio médico. Quando essa condição faz parte da realidade de um casal que já mantém relações sexuais, sem uso de contraceptivos, por, pelo menos, 12 meses, podemos chamá-la de infertilidade conjugal.
Nesse caso, é importante investigar a origem do problema para determinar qual é o melhor tratamento, tanto para eliminar o fator causador, se houver necessidade, como para adotar procedimentos de Reprodução Humana Assistida. Entenda a seguir.
Índice
O que é infertilidade conjugal?
Como mencionado anteriormente, a infertilidade conjugal ocorre quando a dificuldade de engravidar envolve um casal que mantém relações sexuais por um ano sem sucesso na obtenção da gravidez espontânea. Nesses casos, é importante que o casal procure ajuda médica especializada para entender as causas e encontrar o melhor método de tratamento para o seu caso.
Nos casos em que a mulher tem mais de 35 anos, é possível diagnosticar a infertilidade conjugal se a gravidez espontânea não ocorrer em seis meses, isso porque, como veremos adiante, a idade é um fator que afeta diretamente a fertilidade feminina.
Causas da infertilidade conjugal
A infertilidade conjugal pode ser causada por diversos fatores, que podem estar relacionados a alterações no organismo da mulher (cerca de 30% dos casos), do homem (outros 30%), de ambos ou ainda relacionados às interações do casal (outros 30% dos casos). Ainda existe um pequeno percentual dos casos em que a infertilidade conjugal não tem uma causa aparente (ISCA).
Fatores femininos
É fato que o principal fator de risco para a infertilidade feminina é a idade, uma vez que, a partir dos 35 anos, as chances de se obter gravidez espontânea diminuem drasticamente, pois a reserva ovariana e a qualidade dos óvulos caem com o passar do tempo. No entanto, quando se fala em causas femininas da infertilidade conjugal, a mais comum é a endometriose.
Estima-se que cerca de 50% das mulheres diagnosticadas com infertilidade tenham a doença. Caracterizada pela implantação de tecido endometrial fora da cavidade do útero — em outras áreas do aparelho reprodutivo ou mesmo em outros órgãos —, a endometriose altera a anatomia e a funcionalidade dos órgãos, resultando em dificuldade para obter ou manter uma gestação de forma espontânea.
Além da idade e da endometriose, outros fatores podem impactar na fertilidade feminina, tais como:
- Alterações anatômicas no útero e nas trompas;
- Pólipos e miomas;
- Alterações hormonais;
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP);
- Síndrome da anovulação crônica;
- Falência ovariana prematura;
- Fatores genéticos e ambientais;
- Trombofilia;
- Alterações no sistema imune.
Vale lembrar que alguns hábitos de vida podem aumentar o risco de infertilidade feminina, como o sedentarismo, a má alimentação, o uso de cigarro, álcool e outras substâncias nocivas. Alguns tipos de medicamentos, tratamentos (como os oncológicos) e cirurgias também pode afetar a fertilidade.
Fatores masculinos
Ao contrário das mulheres, a idade não tem tanta interferência na fertilidade masculina (embora ocorra também um declínio mais leve da fertilidade masculina conforme o avançar da idade). No entanto, diversos outros fatores podem interferir no organismo do homem e levar à infertilidade conjugal. Um dos mais comuns é a varicocele, uma condição em que as veias testiculares estão mais dilatadas do que o normal, o que causa mudanças de temperatura que afetam a quantidade e a qualidade dos espermatozoides.
Algumas condições congênitas, como a criptorquidia, caracterizada pela não descida adequada dos testículos para a bolsa testicular, também podem causar infertilidade masculina. Em outros casos, é comum que inflamações e infecções do trato urinário e do aparelho reprodutivo causem o problema.
Na investigação dos fatores masculinos de infertilidade conjugal, também é importante realizar testes de dosagem hormonal e verificar alterações anatômicas que podem afetar a qualidade, quantidade e motilidade dos gametas. Alguns exemplos são as alterações que causam obstrução dos canais por onde passam os espermatozoides.
Da mesma forma que nas mulheres, hábitos não saudáveis, uso de alguns medicamentos (por exemplo: anabolizantes), realização de determinados tratamentos e cirurgias também podem influenciar no potencial fértil masculino.
Fatores relacionados ao casal
Muitos casos de infertilidade conjugal ocorrem por fatores relacionados ao casal, seja porque ambos possuem alterações em seus organismos que são causas de infertilidade, seja porque existem fatores combinados que impedem que o casal consiga engravidar de forma espontânea.
Um dos principais fatores de infertilidade conjugal relacionados ao casal é a baixa compatibilidade genética, que faz com que a fecundação, a implantação do embrião ou a manutenção da gravidez sejam de difícil obtenção ou mesmo inviáveis.
Outro fator que pode influenciar no surgimento da infertilidade conjugal é o diagnóstico de IST (infecção sexualmente transmissível) em um ou ambos os membros do casal. Muitas ISTs, por si só, já interferem diretamente na fertilidade, alterando a capacidade de gerar gametas com qualidade.
Além disso, existe o risco de transmissão da doença para o parceiro, para a parceira ou mesmo para o filho a ser gerado, o que obriga os casais a se protegerem durante as relações sexuais e, consequentemente, não conseguirem engravidar.
Tratamentos
Uma vez determinada a causa da infertilidade conjugal, os tratamentos devem ser estabelecidos junto a um médico especialista em Reprodução Humana. Alguns casos de infertilidade podem ser resolvidos tratando diretamente a causa, como, por exemplo, infertilidade temporária causada pelo uso de determinado tipo de medicamento. Outros casos, no entanto, podem necessitar de tratamentos de Reprodução Humana Assistida.
Reprodução Humana para infertilidade conjugal
Como mencionado, os tratamentos de Reprodução Humana Assistida podem ser muito úteis para reverter a infertilidade conjugal. Os principais procedimentos são:
- Fertilização in Vitro (FIV): tratamento de alta complexidade, na FIV são coletados óvulos e espermatozoides, que se encontram em ambiente laboratorial controlado. Os embriões saudáveis gerados são transferidos para o interior do útero após alguns dias de desenvolvimento;
- Inseminação intrauterina: neste tratamento, o sêmen é coletado e depositado diretamente na cavidade uterina durante o período fértil da mulher. Se houver necessidade, pode ser feito tratamento de estimulação ovariana para que as chances de sucesso aumentem;
- Coito programado: o ciclo menstrual da mulher é acompanhado para determinar o melhor momento para que o casal tenha relações sexuais com mais chances de engravidar espontaneamente;
- ICSI: tratamento de alta complexidade semelhante à FIV. Porém, os espermatozoides são selecionados e injetados diretamente dentro dos óvulos. É muito indicado em casos de infertilidade conjugal por fatores masculinos ou quando são utilizados óvulos congelados.
Quando procurar uma clínica de Reprodução Assistida?
Como vimos, a infertilidade conjugal pode ser diagnosticada e tratada em uma clínica de Reprodução Humana Assistida. Esse espaço é formado por profissionais especializados, que irão acompanhar o casal desde a primeira consulta até a finalização do tratamento.
A principal recomendação é que todo casal que deseja ter filhos e está tentando engravidar, de forma espontânea, por pelo menos 12 meses (ou 6 meses quando a mulher tem mais de 35 anos) procure uma clínica para iniciar o tratamento.
A Clínica BedMed oferece uma diversidade de serviços, tratamentos, exames e acompanhamentos em Reprodução Humana e saúde reprodutiva feminina, garantido qualidade de vida e bem-estar às pacientes. Para saber mais sobre infertilidade conjugal e outros assuntos, entre em contato.
Fontes:
Associação Brasileira de Reprodução Assistida;
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).