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Sangramento no período da pós-menopausa

A menopausa é caracterizada pela ausência da menstruação por um período superior a um ano. É uma fase de vida da mulher na qual não ocorre mais a ovulação devido a parada completa da produção hormonal ovariana.

No Brasil, a média de idade para mulher entrar na menopausa corresponde aos 51 anos, porém isso pode variar a depender de cada paciente.

Entretanto, algumas mulheres podem apresentar episódios esporádicos de sangramento por via vaginal após essa fase e isso pode estar relacionado a três causas principais:

  • Atrofia endometrial;
  • Pólipo endometrial;
  • Câncer de endométrio.

Segundo pesquisadores da Baylor College of Medicine, o câncer de endométrio é um dos principais motivos de sangramento vaginal no período da pós-menopausa e, de acordo com dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer, o sexto tipo mais comum de câncer no sexo feminino

O endométrio é um tecido vascularizado que reveste a camada interna do útero. Em cada ciclo menstrual o endométrio engrossa se preparando para uma possível gravidez.

Se a mulher não engravida, o revestimento endometrial é expelido pelo canal vaginal em forma de menstruação. Por sua vez, mulheres na menopausa não apresentam mais fluxo menstrual, pois o revestimento endometrial para de crescer (não existe mais estímulo hormonal para promover o crescimento do endométrio).

Entretanto, em alguns casos,o endométrio pode se desenvolver de forma anormal, com rápida replicação e divisão das células, promovendo o câncer do endométrio.

Essa enfermidade acomete principalmente as mulheres que estão na pós-menopausa, mas também pode atingir, em raros casos, pacientes na pré-menopausa ou até mesmo mais jovens.

Existem diversos subtipos de câncer de endométrio, porém o mais comum é o carcinoma endometrióide. Ele representa 80% dos casos de câncer de endométrio.

A disfunção surge em células epiteliais que por algum motivo sofrem alterações em seu material genético e se replicam de forma desenfreada.

O diagnóstico precoce é fundamental e permite que a paciente tenha até 90% de chance de cura completa. Por isso, é importante que a paciente realize consultas frequentes com seu ginecologista e mantenha os exames periódicos em dia.

Quais são os principais fatores de risco do câncer de endométrio?

A exata origem do câncer permanece desconhecida. O que se tem conhecimento é de uma mutação genética no interior das células do endométrio que acaba transformando essas células saudáveis em células anormais.

Por isso, elas se multiplicam exacerbadamente e acabam formando um tumor, que invade os tecidos adjacentes e que pode, posteriormente, se espalhar para outras partes do corpo.

O câncer de endométrio é mais frequente em mulheres acima dos 60 anos ou com alguma dessas alterações listadas abaixo:

  • Obesidade;
  • Nuliparidade (nunca ter engravidado);
  • Dieta rica em gordura animal;
  • Histórico de pólipo endometrial;
  • Hipertensão arterial;
  • Início precoce da menstruação;
  • Surgimento tardio da menopausa;
  • Diabetes mellitus.

Quais são os principais sintomas do câncer de endométrio?

O câncer de endométrio geralmente não promove nenhuma alteração clínica no início do seu desenvolvimento e, por isso, muitas mulheres não apresentam sintomas e descobrem a doença só depois de realizar exames de rotina. Em sua fase mais avançada, o câncer de endométrio pode gerar algumas alterações:

  • Sangramento vaginal intenso durante o período reprodutivo ou surgimento de sangramento vaginal no período da pós-menopausa;
  • Dor ou sensação de peso na pelve;
  • Corrimento vaginal de odor fétido em mulheres na pós-menopausa.

As mulheres que estão na menopausa e que apresentam sangramento, independentemente da quantidade, devem procurar um médico imediatamente.

Como há dificuldade no diagnóstico da doença, os especialistas em ginecologia destacam a importância de manter-se sempre em dia com os exames de rotina e em alerta com as alterações do seu corpo.

É possível prevenir o câncer de endométrio?

O melhor método de prevenção é realizar periodicamente todos os exames ginecológicos. No entanto, outras práticas podem ajudar, tais como:

  • Manter o índice de massa corporal equilibrado;
  • Evitar ingestão de comidas gordurosas;
  • Evitar o tabagismo ou o sedentarismo;
  • Realizar avaliação anatomopatológica minuciosa de pólipos endometriais caso eles estejam presentes;
  • Não realizar tratamento de reposição hormonal nos casos de sangramento genital de origem desconhecida.

Como é feito o diagnóstico do câncer de endométrio?

O câncer de endométrio pode ser diagnosticado das seguintes formas:

Ultrassom transvaginal: é um exame indolor e não invasivo que consegue determinar a espessura do tecido endometrial ou a presença de possíveis pólipos endometriais localizados no interior da cavidade uterina.

Não é um exame confirmatório, mas permite ao médico solicitar outros exames mais minuciosos que poderão diagnosticar uma possível alteração.

Ressonância nuclear magnética da pelve: é um exame de imagem que permite identificar a profundidade e a extensão da lesão no interior da cavidade uterina. É muito solicitado para realizar o planejamento operatório da paciente.

Curetagem uterina: consiste na dilatação do colo do útero seguida da raspagem do tecido endometrial, por meio de aspiração ou com instrumental cirúrgico. É um procedimento que permite o diagnóstico do câncer de endométrio.

Histeroscopia com biópsia dirigida: é um procedimento que introduz uma pequena câmera dentro da cavidade uterina, permitindo a análise pormenorizada da camada interna do útero.

A biópsia se dá por meio da retirada de um pedaço do endométrio para posterior análise no intuito de detectar possíveis células alteradas. Permite o diagnóstico do câncer de endométrio.

câncer de endometrio

Tratamento para o câncer de endométrio

As fases do câncer do endométrio variam de estadio I (quando o câncer está limitado apenas ao revestimento interno do útero) até o estadio IV(que significa que ele se espalhou para órgãos distantes).

As enfermidades no primeiro estádio são menos complicadas e exigem um tratamento menos agressivo. Devido a isso, é importante conversar com o oncologista ginecológico antes de tomar qualquer decisão, pois é ele quem indicará o melhor tratamento para cada caso.

Os tratamentos variam entre:

Tratamento cirúrgico

Há diversas possibilidades dentro dos tratamentos cirúrgicos, porém o tratamento habitual consiste na histerectomia total (retirada do útero) com salpingooforectomia bilateral (retirada das trompas e dos ovários).

A remoção pode ser feita por uma incisão na região supra-púbica (semelhante a cicatriz do parto cesárea) ou por meio da videolaparoscopia.

Hormonioterapia

Esse método de tratamento é realizado com hormônios que tem a função de bloquear a atividade de multiplicação celular anômala.

Esse tipo de tratamento só funciona para determinados tipos de câncer e, por isso, é fundamental que o Oncologista avalie o histórico da paciente antes de iniciar o tratamento.

Efeitos colaterais: ganho de peso, ondas de calor, aumento dos níveis de glicose em pacientes diabéticos, sudoreses noturnas, entre outros.

Quimioterapia

Neste tipo de tratamento são utilizados medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais. No entanto, por ser um tratamento sistêmico, a quimioterapia atinge também as células saudáveis do organismo. Muitas vezes, para esse tratamento é utilizada a mistura de duas ou mais drogas.

Efeitos colaterais: náuseas, perda de apetite, perda de pelos, entre outros.

Radioterapia

O tratamento radioterápico utiliza ondas ionizantes para destruir ou inibir o crescimento de células anormais. Entre os tipos existentes, o mais comum é a Braquiterapia Vaginal, que consiste em um cilindro com uma fonte de radiação que deve ser inserido no canal vaginal.

Para o câncer do endométrio existem duas formas de aplicar o tratamento: em baixa dose (LDR) e em alta dose (HDR). No procedimento LDR os aplicadores são deixados no local por um período que pode variar entre1 e 4 dias, sendo necessário que a paciente fique de repouso absoluto durante esse período.

O HDR é capaz de fornecer uma alta radiação em pequeno espaço, não necessitando de internação.

Efeitos colaterais: cansaço, diarreia, vômito, náuseas, alteração na pele, entre outros.

Todos os efeitos colaterais normalmente desaparecem após o término do tratamento. Caso os sintomas persistam, o médico deverá ser consultado.

Qualquer tipo de câncer traz muitas preocupações e desgastes ao paciente e aos seus familiares. Portanto, não deixe qualquer tipo de alteração progredir.

Esteja em dia com seu ginecologista e faça todos os exames necessários para a prevenção.

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