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Microcefalia – Entenda a relação com o Zika vírus

Após muitas especulações entre diversos grupos científicos, o Ministério da Saúde conseguiu confirmar, nesse último dia 27 de novembro, a correlação entre o vírus Zika e as centenas de casos de microcefalia fetal que atingem diversas gestantes brasileiras, principalmente aquelas que moram na região nordeste do país.

Até o momento, o estado de Pernambuco se mantém com o maior número de casos registrados de microcefalia detectada durante o acompanhamento do pré-natal, apresentando um total de 646 casos. Em seguida, encontram-se os estados da Paraíba (248 casos) e do Rio Grande do Norte (79 casos).

Entenda melhor qual é a relação entre esse famoso vírus da atualidade e a microcefalia.

O que é microcefalia?

O termo microcefalia é utilizado para designar crianças que apresentam o tamanho da circunferência craniana relativamente menor quando comparado às demais crianças com a mesma idade.

Durante o período da gestação, essa patologia pode ser diagnosticada quando o feto apresenta uma redução significativa do tamanho da circunferência craniana – dois desvios padrões abaixo do esperado para a idade gestacional.

Essa alteração pode ter origem em decorrência de diversas causas e vale recordar que não é exclusivamente ocasionada pelo zika vírus.

A microcefalia já pode ser diagnosticada desde a fase intra-útero, sendo de fundamental importância realizar o seguimento ultrassonográfico e pré-natal adequados durante todo o período gestacional.

Quais são as principais causas da microcefalia?

O desenvolvimento desproporcional da circunferência craniana que ocorre durante a gestação ou durante a infância pode ter diversas causas, tais como:

  • Exposição a drogas, álcool e determinadas substâncias químicas ao longo da gestação;
  • Malformações congênitas do sistema nervoso central da criança;
  • Infecções agudas obtidas durante a gravidez, como a rubéola ou o citomegalovírus;
  • Déficits nutricionais durante a gestação;
  • Fenilcetonúria materna descompensada (alteração na fenilalanina, aminoácido que compõe as células humanas);

O que é o Zika vírus?

O zika vírus é um arbovírus, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya, que também são doenças que merecem cuidado especial durante a gravidez.

(Confira a matéria completa em que o obstetra tira dúvidas sobre a dengue na gestação).

Recentemente descoberto no Brasil, o zika vírus foi registrado pela primeira vez em 1947, na Floresta de Zika, em Uganda.

Semelhante a dengue, a infecção do Zika se dá pelo mosquito Aedes aegypti que, após picar uma pessoa portadora do vírus, transporta-o durante toda a vida, transmitindo a enfermidade para as populações que ainda não tiveram contato com o mesmo e que, portanto, não desenvolveram anticorpos contra ele.

O mosquito Aedes aegypti procria em alta velocidade e, quando adulto, vive aproximadamente 45 dias. Uma vez que a pessoa é picada, leva cerca de 3 a 12 dias para que apareçam os primeiros sintomas:

  • Febre moderada (entre 37,8º e 38,5º);
  • Artralgia (dor nas articulações);
  • Mialgia (dores musculares);
  • Dores de cabeça e nos globos oculares;
  • Manchas avermelhadas dispersas pelo corpo e que podem causar coceira.

Em casos mais avançados da doença, é possível identificar:

  • Dor abdominal;
  • Diarreia;
  • Sensibilidade ocular à luz;
  • Conjuntivite;
  • Constipação;
  • Úlceras na mucosa oral.

Qual é a correlação entre o vírus e a microcefalia?

De acordo com nota divulgada pelo Ministério da Saúde, a confirmação da relação entre a infecção pelo zika vírus e a ocorrência de microcefalia é inédita aos olhos do mundo científico.

Contudo, ainda serão realizadas mais investigações a respeito do agente, da atuação do vírus no organismo da gestante e da infecção fetal.

A suspeita da relação entre o vírus e a microcefalia surgiu devido a identificação do Zika no líquido amniótico (substância que envolve o feto durante o desenvolvimento da gravidez) em gestantes de bebês que apresentaram microcefalia diagnosticada ao ultrassom.

Acredita-se que o vírus atua dentro do sistema nervoso central do feto, gerando destruição de tecido celular e promovendo, consequentemente, uma redução significativa do perímetro cefálico da criança.

Vale lembrar que nem todos os fetos acometidos pelo zika vírus irão apresentar essa redução do perímetro cefálico.

O que se pode afirmar é que, caso a gestante esteja com suspeita de infecção pelo zika vírus, é preciso realizar um acompanhamento minucioso junto ao médico obstetra a fim de garantir que a criança não tenha sido afetada.

As demais gestantes que não foram infectadas pelo vírus devem tomar todas as medidas necessárias para reduzir o risco de transmissão dessa doença.

Além disso, o contágio com o zika vírus também pode estar relacionado ao aumento de casos da síndrome Guillain-Barré, uma condição rara que atinge o sistema nervoso central e provoca febre, dificuldade para respirar, dores de cabeça e nas articulações, dormência e fraqueza nas pernas e, em casos mais graves, pode levar à paralisia permanente e completa dos membros.

Em 2 de dezembro, a OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu um alerta mundial solicitando que os mais de 140 países-membros reforcem a vigilância para evitar o aumento da incidência de pessoas infectadas pelo zika vírus. O Brasil já planeja uma ação específica para gestantes.

Quais são os cuidados que a gestante precisa ter?

Para se proteger do vírus é indicado:

  • Aplicar repelentes continuamente durante exposições de risco – os mais indicados para gestantes são aqueles que apresentam como princípio ativo a icaridina ou produtos que apresentam DEET entre 10-50%. Vale lembrar que os repelentes devem ser aplicados após a utilização de filtros solares, maquiagem ou hidratantes. Nunca utilize repelentes próximo aos olhos, nariz ou boca;
  • Utilizar roupas que exponham menos pele possível (camisetas de manga longa e calças) – principalmente se estiverem em locais com maior concentração de mosquitos;
  • Utilizar telas nas portas e janelas;
  • Evitar visitas a regiões que apresentem maior incidência do vírus, se possível.

Além disso, para evitar a proliferação do zika vírus, é preciso acabar com os focos de reprodução do Aedes aegypti (mosquito da dengue), ou seja, evitar o acúmulo de água parada.

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